COMO CALCULAR ANTENAS DIPOLO
Para os Radioamadores mais experientes, esse assunto não deve despertar muito interesse.
Porém, é comum que radioamadores novatos fiquem com dúvidas quando necessitam fazer suas próprias antenas dipolos ou v invertidos.
As antenas tipo dipolos mais utilizadas são as do tipo de 1/2 onda, ou seja, grosso modo, uma antena de 1/2 onda tem metade do comprimento da faixa que vai operar. Por exemplo, uma antena para a faixa dos 80 metros vai ter aproximadamente 40 metros de comprimento total. Uma antena para 20 metros terá 10 metros de comprimento.
O modo clássico de se fazer uma boa e simples antena, passa por uma formulinha matemática que os radioamadores utilizam desde a era das válvulas.
C total = 142,5/f (MHz)
Onde C total é o comprimento do dipolo em metros, 142,5 é uma constante e f (MHz) é a frequência central que se deseja operar.
Desta forma, se desejarmos construir uma antena para operar na faixa de 40 metros, por exemplo, primeiro defina qual será a frequência central. Se o seu objetivo é operar principalmente em CW (telegrafia), centralize sua antena em 7.025 kHz (que é a mesma coisa que 7,025 MHz), pois a faixa de operação em CW inicia em 7.000 e vai até 7.050 kHz.
Se sua preferência for por SSB a frequência central deverá ser calculada para mais acima, 7.100 kHz por exemplo.
Para efeitos de exemplo, vamos partir do princípio que Você adora CW (olha que hoje não são muitos, mas os poucos que gostam, sabem como é bom!) e precisa de uma dipolo para operar na sub-faixa.
Então, voltando à fórmula, C total = 142,5 / 7,025MHz, de onde obtemos o resultado de 20,28 (Vinte metros e vinte e oito centímetros).
A antena deverá ter 10 metros e 14 centímetros para cada lado. Para que se possa fazer os ajustes práticos, recomendamos que deixe uns 5 ou 6 cm à mais de fio, para ir reduzindo se necessário
Utilize fio 12 ou 14, da antiga medida AWG, ou seu equivalente em mm. Pode-se usar fio comum encapado, do tipo usado em instalações elétricas. Uma forma barata de se fazer um isolador central é usar um T de PVC encontrado nas boas casas de hidráulica de sua cidade. Os isoladores laterais podem ser feitos com pequenos pedaços de acrílico ou outro material isolante.
Utilize cabo coaxial de 50 Ohms tipo RG 58 (fino) ou RG-213 (grosso) de boa qualidade para fazer a descida até o transceptor. Aí vem uma pergunta inevitável:
Quantos metros de cabo devo usar ?
Resposta: quantos metros forem necessários para alcançar o transceptor.
Existe uma “lenda” entre os radioamadores que o comprimento do cabo reduz estacionária e que se não for múltiplo de tal medida a antena não funcionará de acordo. Pura balela. Desde que o cabo utilizado seja de boa qualidade, sua impedância será de 50 Ohms, a mesma impedância do rádio. É claro que quanto maior o cabo maior será a perda da potência irradiada. Para compensar essas perdas (que serão sentidas principalmente se seu TX for de baixa potência), é aconselhável gastar um pouco mais e usar o cabo RG-213 (grosso).
Tudo pronto. Agora é só pegar aquele super confiável medidor de R.O.E. (estacionária) que caso você não tenha, o pessoal empresta e com muita paciência ir ajustando a estacionária para que se consiga a medição mais baixa
Inicie pela frequência central, em nosso exemplo, sintonize o rádio em 7.025 kHz. É nesta frequência que a R.O.E. deve ser a mais baixa, aumentando gradativamente para cima ou para baixo desta QRG. Peça para um colega ficar próximo à antena e ir reduzindo seu comprimento em ambos os lados de 1 em 1 centímetro. Para não cortar o fio, simplesmente encurte a antena e enrole a sobra. Após cada redução, confira a R.O.E. até encontrar um ponto em que a estacionário chegue no mínimo possível. Você vai precisar de uma boa dose de paciência até encontrar a medida ideal.
Nesta operação, um cuidado precisa ser tomado. Jamais transmita enquanto seu amigo estiver tocando a antena, para evitar possíveis choques indesejáveis.
A antena pode ser montada como um dipolo (na horizontal), ou como um V-invertido, com um ângulo no vértice do V de aproximadamente 90 graus. Em ambos os casos orientem a antena de forma que fique “de frente” para a região que você tem mais interesse em falar. Por exemplo, se você está em São Paulo e tem interesse maior em fazer contatos com o norte e sul, monte a antena de forma que fique de frente para essas regiões.
Outro detalhe muito importante é montar sua antena o mais alto possível em relação ao solo.
Simples, fácil e barata sua antena chegará muito além do que você imagina, proporcionando QSO’s agradáveis e muitos DX’s !